Avaliação da irritação e corrosão ocular e cutânea: mecanismos e metodologias

Escrito por Aruã Prudenciatti

Biotecnólogo e Engenheiro de Bioprocessos pela Universidade Estadual Paulista e Ph.D. candidato em Biotecnologia Médica (P&D) pelo Hospital do Estado de São Paulo, Faculdade de Medicina, pesquisou na Faculdade de Farmácia da ULM EUA, onde trabalhou na descoberta e validação de eficácia pré-clínica de novos medicamentos e moléculas. Cofundador e CEO da CROP, empresa que fornece estudos pré-clínicos de segurança e eficácia para cosméticos, produtos farmacêuticos e terapêuticas avançadas.

Categorias

março 27, 2023

Substâncias químicas de contato, como cosméticos e produtos saneantes, devem passar por uma série de avaliações de segurança toxicológica a serem aprovadas pelas agências nacionais e órgãos reguladores correspondentes.

Cada ingrediente cosmético, por exemplo, precisa apresentar avaliação de irritação e corrosão cutânea e ocular; sensibilização da pele; toxicocinética (avaliação por absorção); mutagenicidade; genotoxicidade; toxicidade aguda (oral, dérmica e inalatória); e toxicidade reprodutiva.

As avaliações de irritação e corrosão da pele e dos olhos são regulatórias para todos os produtos químicos de contato, como cosméticos e produtos saneantes. Portanto, é essencial garantir e validar a segurança destes produtos contra irritação e corrosão, para que as agências nacionais e órgãos reguladores correspondentes os aprovem.

Irritação e Corrosão: definições

Existem diversas técnicas para avaliar esta segurança, mas é importante distinguir entre irritação e corrosão antes de explorá-las.

Substâncias corrosivas causam danos que não permitem mais a regeneração, enquanto substâncias irritantes provocam um desequilíbrio na região em contato, mas que posteriormente será regenerada.

Mecanismos

A irritação ocular tem os seguintes mecanismos considerados durante o processo de avaliação:

  • Lise da membrana celular;
  • Saponificação (Ácidos Graxos em contato com álcool):
  • Coagulação;
  • Ação sobre macromoléculas.

É possível conhecer as categorias de produtos químicos que ativam cada um desses mecanismos de irritação.

Quanto à corrosão cutânea, é possível identificar o potencial corrosivo da substância apenas observando as propriedades químicas das moléculas, e avaliando seus extremos de Ph para definir o potencial resultado toxicológico.

Metodologias para avaliação de irritação e corrosão ocular

Existem duas estratégias principais de teste para irritação ocular, que definem dois fluxos de trabalho para esta avaliação de segurança:

Metodologias de cima para baixo:

Esta metodologia é aplicada para avaliar produtos considerados irritantes graves, utilizando modelos como BCOP ( Bovine Corneal Opacity and Permeability ); ICE (Olho de Galinha Isolado); IRE (olho de coelho isolado). No Brasil, o mais utilizado para substâncias potencialmente irritantes graves é o BCOP (córnea bovina).

Metodologias ascendentes:

Esta metodologia é aplicada para avaliar produtos considerados irritantes leves ou moderados, utilizando modelos como NRR (ensaio de liberação de vermelho neutro); Het-cam (Teste do Ovo de Galinha na Membrana Cório-Alantóica); RBC (glóbulos vermelhos). Já o modelo Het-cam ainda não foi validado. (No artigo “Metodologias alternativas em avaliações de segurança” do nosso site são definidas as diferenças entre métodos válidos e validados).

O modelo Het-cam consiste em observar o aumento da vascularização do ovo de galinha durante 5 minutos. Durante a observação, o tempo que leva para gerar um aumento na vascularização; sangramento; e a coagulação é registrada. Em seguida, são dadas pontuações para cada tempo observado nos eventos. Em seguida, os pontos são colocados em uma fórmula para obtenção de uma pontuação, sendo cada faixa de pontuação uma categoria de irritação: não irritante; luz; moderado; e grave.

Fig. 1 Abordagem de estratégia de testes in vitro Bottom-Up e Top-Down para irritação ocular. Esta figura ilustra a abordagem proposta para a estratégia de testes a partir da qual se pode desenvolver uma estratégia de testes de irritação ocular. Se for esperado que o material de teste seja um irritante ocular não baixo, a abordagem Bottom-Up é iniciada. Por outro lado, a abordagem Top-Down é iniciada se for esperado que o material de teste seja um irritante ocular moderado a grave. Métodos validados seriam usados ​​em um procedimento de duas etapas para determinar se um material de teste é não classificado ou irritante grave (EU R41/GHS cat.1). Um padrão UE R36/GHS cat. 2 classificações poderiam ser atribuídas se não fosse feita uma atribuição de irritação grave ou não classificada. https://doi.org/10.1016/j.tiv.2009.05.019 

Na Crop Biolabs desenvolvemos o teste de irritação e corrosão ocular utilizando o método BCOP (Bovine Corneal Opacity and Permeability), seguindo OECD TG 437, e o teste de irritação e corrosão cutânea baseado no OECD TG 431 – In vitro Dermal Corrosion: Reconstituted Human Epidermis Test e OCDE 439: Irritação cutânea in vitro: método de teste de epiderme humana reconstruída.

Saiba mais sobre a Crop Labs e entre em contato. Vamos trabalhar juntos: https://crop-labs.com

Artigos relacionados

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *